O Dia do índio, 19 de abril, foi criado pelo presidente Getúlio Vargas através do decreto-lei 5540 de 1943, e relembra o dia, em 1940, no qual várias lideranças indígenas do continente resolveram participar do Primeiro Congresso Indigenista Interamericano, realizado no México. Eles haviam boicotado
 os dias iniciais do evento, temendo que suas reivindicações não fossem 
ouvidas pelos "homens brancos". Durante este congresso foi criado o Instituto Indigenista Interamericano,
 também sediado no México, que tem como função zelar pelos direitos dos 
indígenas na América. O Brasil não aderiu imediatamente ao instituto, 
mas após a intervenção do Marechal Rondon
 apresentou sua adesão e instituiu o Dia do Índio no dia 19 de abril. O 
dia do Índio tem como função relatar os direitos indígenas e faz com que
 o povo brasileiro saiba da importância que eles tem na nossa história.

 
O contato com o branco, desde o
  início da colonização, sempre foi prejudicial ao índio e à cultura  
indígena em geral, pois funciona como elemento destribalizador,  
provocando perda das terras e dos valores culturais. Com o tempo,  
perdeu-se a imensa diversidade cultural
 que as tribos representavam sem  que chegassem a ser estudadas. Por 
outro lado, adaptados ao seu meio  ambiente, não possuindo defesas 
contra as doenças da civilização, muitos  sucumbiram pelas gripes, 
sarampo, sífilis e outras doenças. Assim, dos  milhões que aqui 
habitavam na época do descobrimento do Brasil, somam hoje 350 mil. 
Foram 500 anos onde houve escravidão,
  catequização, miscigenação e dizimação. Qualquer coisa que se diga  
sobre os índios do Brasil será pouco. A dívida do branco civilizado para
  com o indígena é alta e pesada demais.
Mas um fator é positivo
 e devemos nos  orgulhar dele. Um estudo recente do geneticista 
brasileiro Sérgio  Danilo Pena mostrou que 70% dos brasileiros que se 
dizem brancos têm  índios ou negros entre seus antepassados. Ou seja, a 
maioria de nós tem  sangue mestiço.
Se não justifica, pelo menos o peso  
de nossa consciência se torna mais leve, pois somos um povo que trás no 
 sangue a herança das minorias ou indígena ou negra.
A vida do índio.
O índio lutador,
Tem sempre uma história pra contar.
Coisas da sua vida,
Que ele não há de negar.
A vida é de sofrimento,
E eu preciso recuperar.                                                  
Eu luto por minha terra,
Por que ela me pertence.
Ela é minha mãe,
E faz feliz muita gente.
Ela tudo nós dar,
Se plantarmos a semente.
A minha luta é grande,
Não sei quando vai terminar.
Eu não desisto dos meus sonhos,
E sei quando vou encontrar.
A felicidade de um povo,
Que vive a sonhar.
Ser índio não é fácil,
Mas eles têm que entender.
Que somos índios guerreiros.
E lutamos pra vencer.
Temos que buscar a paz,
E ver nosso povo crescer.
Orgulho-me de ser índio,
E tenho cultura pra exibir.
Luto por meus ideais,
E nunca vou desistir.
Sou Pataxó Hãhãhãe,
E tenho muito que expandir.
Autor:     Edmar Batista de Souza